quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pop Art (2)

Buffalo II, Robert Rauschenberg (link), 1964, Leo Castelli Gallery, Nova Iorque

(Obra que evidencia o desejo de Rauschenberg de manter o contacto com a existência, testemunhado pela presença de pormenores extraídos da vida quotidiana. O pintor recorre a técnicas variadas, desde a colagem até à inserção de objectos, do decalque de imagens ao silk screen)

Embora a aparição da pop art não deva atribuir-se a influências históricas, pode considerar-se que os seus precursores são o surrealismo, o new dada e, acima de tudo, Duchamp (link). Essa derivação deve ser imputada à aparição do objecto que, nas obras de Duchamp, é retirado do seu ambiente natural, transplantado para um contexto totalmente diferente e, carregado de outras conotações, proposto como absoluto poético. No entanto, se nas obras dos artistas pop se verifica também a descontextualização da imagem, o modo como o objecto é reproposto é diferente, já que o reproduzem como elemento de refugo, eliminado pela sociedade que o produziu.

Tenha-se em conta que a pop art é um movimento associado à contemporaneidade, caracterizado por um impulso e por um estilo indissoluvelmente ligados aos ritmos das cidades modernas. Alheia a limitações ou condicionamentos, a nova arte pretende transferir o seu campo de acção da tela para o mundo, devorar espaços e acontecimentos até coincidir com eles.

(Baseado em "Guia de História da Arte", Editorial Presença, 5.ª edição, 2002)

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