(Opinião de José Medeiros Ferreira, Professor Universitário, publicada pelo jornal "Correio da Manhã", em 06-11-2008)
Os EUA querem enterrar a Administração Bush, a Cimeira das Lajes, a guerra no Iraque e Guantanamo”.
Num instante os EUA passaram para a frente da civilização. Acabam de eleger um afro-americano para a Casa Branca, revalidando o mito do ‘Melting pot’ com que iniciaram a fusão de populações de vários continentes que emigraram para o Novo Mundo. Há outras sociedades ocidentais com boas intenções sobre a integração racial mas nenhuma elegeu ainda um presidente negro. Lá nas alturas ressoam as orações de Luther King: "Tive um sonho" ou o profético "Subi ao alto da montanha…" Luther King é um dos maiores vencedores destes novos dias, quarenta anos depois do movimento dos direitos cívicos. A eleição presidencial de Barack Obama não se esgota nessa ilustração excepcional da igualdade de oportunidades. Ela é um indicador de que os EUA querem enterrar a Administração Bush, a Cimeira das Lajes, a guerra no Iraque e as torturas em Guantanamo. Querem reaparecer com a face rejuvenescida de ‘potência benevolente’ perante um mundo em mudança e a requerer mais cooperação do que guerras. Por isso, nem um moderado como McCain chegou para evitar a derrota dos conservadores nas Presidenciais e nas eleições para o Congresso.
É verdade que Obama teve enormes meios financeiros para levar por diante a campanha, a mais cara de sempre de um candidato democrata. Mas isso não explica tudo, sobretudo o significado da vitória. Não explica a mobilização dos apoiantes nem a expressiva participação eleitoral. E muito menos o movimento de esperança que, com epicentro em Chicago, se espalhou pela Terra inteira.
São exigentes os desafios que o novo presidente tem pela frente. Em primeiro lugar, organizar a resposta à crise económica e financeira e avançar com um esquema de maior governança mundial da globalização; depois, responder aos anseios de disciplina ambiental e energética sem diminuir o crescimento sustentável; e ainda contribuir para que os conflitos sejam resolvidos dentro das regras do Direito Internacional e pelo sistema das Nações Unidas, de preferência. No imediato, vamos assistir aos sinais emitidos pela escolha dos mais directos colaboradores, certamente uma mistura entre antigos conselheiros de Bill Clinton e gente descomprometida com os vícios de Washington. Vícios de Washington que tanto animaram as primárias. Obama bem disse no discurso de vitória que os desafios que tinha pela frente requeriam tempo para serem ultrapassados. Falou mesmo em mais do que um mandato. Ele não quer ficar na História como alguém que foi eleito para desiludir.
Num instante os EUA passaram para a frente da civilização. Acabam de eleger um afro-americano para a Casa Branca, revalidando o mito do ‘Melting pot’ com que iniciaram a fusão de populações de vários continentes que emigraram para o Novo Mundo. Há outras sociedades ocidentais com boas intenções sobre a integração racial mas nenhuma elegeu ainda um presidente negro. Lá nas alturas ressoam as orações de Luther King: "Tive um sonho" ou o profético "Subi ao alto da montanha…" Luther King é um dos maiores vencedores destes novos dias, quarenta anos depois do movimento dos direitos cívicos. A eleição presidencial de Barack Obama não se esgota nessa ilustração excepcional da igualdade de oportunidades. Ela é um indicador de que os EUA querem enterrar a Administração Bush, a Cimeira das Lajes, a guerra no Iraque e as torturas em Guantanamo. Querem reaparecer com a face rejuvenescida de ‘potência benevolente’ perante um mundo em mudança e a requerer mais cooperação do que guerras. Por isso, nem um moderado como McCain chegou para evitar a derrota dos conservadores nas Presidenciais e nas eleições para o Congresso.
É verdade que Obama teve enormes meios financeiros para levar por diante a campanha, a mais cara de sempre de um candidato democrata. Mas isso não explica tudo, sobretudo o significado da vitória. Não explica a mobilização dos apoiantes nem a expressiva participação eleitoral. E muito menos o movimento de esperança que, com epicentro em Chicago, se espalhou pela Terra inteira.
São exigentes os desafios que o novo presidente tem pela frente. Em primeiro lugar, organizar a resposta à crise económica e financeira e avançar com um esquema de maior governança mundial da globalização; depois, responder aos anseios de disciplina ambiental e energética sem diminuir o crescimento sustentável; e ainda contribuir para que os conflitos sejam resolvidos dentro das regras do Direito Internacional e pelo sistema das Nações Unidas, de preferência. No imediato, vamos assistir aos sinais emitidos pela escolha dos mais directos colaboradores, certamente uma mistura entre antigos conselheiros de Bill Clinton e gente descomprometida com os vícios de Washington. Vícios de Washington que tanto animaram as primárias. Obama bem disse no discurso de vitória que os desafios que tinha pela frente requeriam tempo para serem ultrapassados. Falou mesmo em mais do que um mandato. Ele não quer ficar na História como alguém que foi eleito para desiludir.
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