A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta quarta-feira para a redução no número de casos de Covid-19, hospitalizações e mortes reportadas a este organismo pelas autoridades de saúde dos vários países, e avisou que está a acompanhar novas variantes do vírus que causa a doença, sustentando que "o risco permanece".
"Há três meses, declarei o fim da emergência de saúde global da Covid-19, mas avisei que permanecia uma ameaça global. Desde então, o número de casos reportados, hospitalizações e mortes, globalmente, tem continuado a decrescer. No entanto, também o número de países que reportam dados à OMS tem vindo a diminuir", começou por dizer Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS.
O responsável afirmou que, no último mês, só 25% dos países reportaram as mortes verificadas por Covid-19 à OMS e só 11 reportaram hospitalizações.
"Não há dúvida de que o risco de doença severa e de morte é vastamente mais baixo do que há um ano, graças à imunidade da população, devido a vacinação, infecção ou ambas, e também ao diagnóstico precoce e melhores cuidados de saúde. Apesar destes avanços, a OMS continua a considerar o risco da Covid-19 para a saúde pública global como alto", apontou Ghebreyesus.
O director-geral da OMS alerta que "o vírus continua a circular em todos os países, continua a matar e continua a mudar", pelo que o organismo mantém a vigilância ao aparecimento de novas variantes, algumas que podem levantar preocupação.
"A OMS está a acompanhar actualmente várias variantes da Covid-19, incluindo a EG.5, sobre a qual vamos publicar uma avaliação de risco ainda hoje. O risco de uma variante mais perigosa emergir e causar um aumento súbito de casos e mortes, permanece", avisou o responsável.
Tedros Adhanom Ghebreyesus deixou ainda sete recomendações para os países, relativas à Covid-19, sobre como deve ser gerido o combate à doença a longo-termo.
1 - Todos os países devem actualizar os seus programas nacionais da Covid-19 usando o Plano Estratégico de Resposta e Preparação da OMS, para uma gestão sustentada a mais longo termo da Covid-19.
2 - Instamos todos os países a manter a vigilância colaborativa da COVID-19, para detectar mudanças significativas no vírus, bem como tendências na gravidade da doença e na imunidade da população.
3 - Todos os países devem relatar os dados da COVID-19 à OMS ou em fontes abertas, especialmente sobre morte e doenças graves, sequências genéticas e dados sobre a eficácia da vacina.
4 - Todos os países devem continuar a oferecer a vacinação contra a COVID-19, especialmente para os grupos de maior risco, com maior probabilidade de hospitalização ou morte.
5 - Todos os países devem continuar a iniciar, apoiar e colaborar em pesquisas para gerar evidências para a prevenção e controlo da COVID-19.
6 - Todos os países devem oferecer atendimento clínico ideal para a COVID-19, incluindo acesso a tratamentos e medidas comprovados para proteger os profissionais de saúde e cuidadores.
7 - Todos os países devem continuar a trabalhar para garantir o acesso equitativo a vacinas, testes e tratamentos seguros, eficazes e de qualidade garantida para a COVID-19.”
"Implementar estas recomendações não só irá ajudar a proteger contra a Covid-19, mas também apoiará os países na prevenção e resposta a outras doenças. Não podemos rever o "futuro, mas podemos prepararmo-nos para ele”, sublinhou o responsável da OMS.
Na nova avaliação de risco quanto a variantes da Covid-19, a nova estirpe designada EG.5, passou agora a ser considerada pela OMS como "uma variante de interesse".
Segundo afirma o organismo, tem sido verificado "um aumento constante na prevalência desta variante". Até 7 de Agosto, já tinham sido partilhadas com a OMS, por parte de 51 países diferentes onde a EG.5 foi detectada, 7000 amostras desta variante do vírus .
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