quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Precisamos que o Presidente da República não seja uma espécie de porta-voz do Governo

O artigo de opinião de Francisco Sarsfield Cabral, intitulado "O Presidente e o Governo" publicado ontem, no site da Rádio Renascença. Com a merecida vénia,

«O crescimento de 1,4% do PIB em 2016 foi uma boa notícia da manhã de ontem, sobretudo porque o investimento parece finalmente ter começado a recuperar. Mas, para o ministro das Finanças o dia foi ensombrado por um curioso comunicado do Presidente da República, que diz ter aceitado que o primeiro-ministro mantivesse Centeno no cargo por “estrito interesse nacional”.

Este comunicado, que fragiliza o ministro ainda mais, segue-se a uma penosa conferência de imprensa de Centeno em que ele meteu os pés pelas mãos.

O ministro das Finanças permitiu que os advogados de António Domingues redigissem um decreto “à medida”, tirando os administradores da CGD do Estatuto de Gestor Público, julgando que assim ficariam isentos de apresentar ao Tribunal Constitucional declarações de rendimentos e património.

Enganaram-se, porque esqueceram uma lei de 1983. Também se enganou o Presidente da República, que promulgou o decreto. Aliás, Marcelo acompanhou a par e passo a substituição da administração da CGD, comentando tudo sem cessar, como é seu (mau) hábito. Até chegou a dar notícias que depois não se concretizaram, por exemplo sobre uma tomada de posse da administração de A. Domingues que não aconteceu.

Talvez este lamentável caso leve Marcelo a actuar mais como Presidente da República e menos como uma espécie de ministro porta-voz do governo de António Costa.»

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