segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O verdadeiro problema de Portugal é o Estado que tudo come e não deixa nada

Da crónica de opinião do jornalista António Ribeiro Ferreira, com o título "O 42.º assalto da democracia", publicada hoje no "Jornali ":

(.../...) «O verdadeiro problema de Portugal não são os cidadãos, trabalhadores e empresários. O verdadeiro problema de Portugal é o Estado que tudo come e não deixa nada. Um Estado venerado por políticos de extrema-esquerda, de esquerda, seja socialista ou social-democrata, ou de uma direita que anda envergonhada desde o 25 de Abril, a fingir que é do centro.

Agora, a esquerda socialista aliada à extrema-esquerda comporta-se como os falsos neoliberais do anterior governo. Com uma mão atiram para cima dos portugueses com uns euros e com a outra vão-lhes aos bolsos com subidas brutais de impostos no tabaco, no álcool e, acima de tudo, nos automóveis. A gasolina e o gasóleo vão ter subidas enormes, o imposto automóvel idem e até o imposto de circulação não escapa a este assalto assinado pelo governo do mais do que relativo presidente do Conselho e do Groucho Marx das Finanças.

A receita, como se vê, não muda. As moscas lá vão saltando entre o poder e a oposição, mas o pântano estatal não se altera. Como se viu pelo último resgate internacional, nem a vigilância apertada dos credores consegue alterar este triste e vergonhoso paradigma lusitano.

O espetáculo dos últimos dias à volta do Orçamento do Estado foi verdadeiramente deplorável. Os novos tempos gritados pelos golpistas aos quatro ventos são velhos e conhecidos dos portugueses há quase 42 anos. E se nos anos 70 do século passado um ministro das Finanças socialista mandou os indígenas andar de carroça, uma ministra social-democrata das Finanças do século xxi, inventora de alguns dos impostos que massacram empresas e cidadãos, mandou esta semana os portugueses andar a pé se não tiverem dinheiro para andar de automóvel.

Esquerda, direita, centro-esquerda ou centro-direita seguem sempre a mesma cartilha quando estão no poder. Verdadeiramente, não há políticas alternativas em Portugal. A democracia e as eleições de quatro em quatro anos são uma farsa, uma mentira, um jogo disputado por cliques que alternam entre o poder e a oposição.

Portugal, obviamente, não tem nenhum futuro risonho pela frente. A salvação desta pobre nação não passa, infelizmente, pela soberania. Passa necessariamente pela tutela de alguém que faça o que é preciso fazer antes que seja tarde demais.»

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